quinta-feira, 21 de maio de 2015

RESUMO: Tomaz Tadeu da Silva. A produção social da identidade e da diferença. In: ___________. Identidade e Diferença: a perspectiva dos Estudos Culturais. Petrópolis: Editora Vozes, 2005

“...identidade e diferença estão em uma relação de estreita dependência. A forma afirmativa como expressamos a identidade tende a esconder essa relação... Em um mundo imaginário totalmente homogêneo, no qual todas as pessoas partilhassem a mesma identicidade, as afirmações de identidade não fariam sentido”. P. 74-75.

“Por trás da afirmação sou brasileiro, deve-se ler: ‘não sou chinês’, não sou japonês’ e assim por diante...” p. 75

“...as afirmações sobre diferença só fazem sentido se compreendidas em sua relação com as afirmações sobre a identidade... As afirmações sobre diferença  também dependem de uma cadeia, em geral oculta, de declarações negativas sobre (outras) identidades... Em geral, consideramos a diferença como um produto derivado da identidade”.  p. 75


“... identidade e diferença partilham uma importante característica: elas são o resultado de atos de criação lingüística... A identidade e a diferença têm que ser ativamente produzidas”. Elas não são criaturas do mundo natural ou de um mundo transcendental, mas do mundo cultural e social, mas do mundo cultural e social. Somos nós que as fabricamos, no contexto de relações culturais e sociais. A identidade e a diferença são criações sociais e culturais”. P. 76

“Dizer, por sua vez, que identidade e diferença são o resultado de atos de criação lingüística significa dizes que elas são criadas por meio de atos de linguagem”. P. 76

“A identidade e a diferença não podem ser compreendidas, pois, fora dos sistemas de significação nos quais adquirem sentidos. Não são seres da natureza, mas da cultura e dos sistemas simbólicos que a compõem”. 76p.

“... a identidade e a diferença são o resultado de um processo de produção simbólica e discursiva” p. 81


“Na disputa pela identidade está envolvida uma disputa mais ampla por outros recursos simbólicos e materiais da sociedade. A afirmação da identidade e a enunciação da diferença traduzem o desejo dos diferentes grupos sociais assimetricamente situados, de garantir o acesso privilegiado aos bens sociais. A identidade e a diferença estão, pois, em estreita conexão com a relação de poder”  p. 82
 
“A afirmação da identidade e a marcação da diferença implicam, sempre, as operações de incluir e de excluir... afirmar a identidade significa demarcar fronteiras, significa fazer distinções entre o que fica dentro e o que fica fora. A identidade está sempre ligada a uma forte separação entre ‘nós’ e eles’... “ p. 82

“Aquilo que é deixado de fora é sempre parte da definição e da constituição do ‘dentro’...A identidade hegemônica é permanentemente assombrada pelo seu Outro, sem cuja existência ela não faria sentido” p. 84

Ao analisar as identidades nacionais, as de gênero, as de sexo, raça e etc. O autor, em relação as nacionais fala o seguinte:


“No caso das identidades nacionais, é extremamente comum, por exemplo, o apelo a mitos fundadores... é necessário criar laços imaginários que permitam ‘ligar   pessoas que, sem eles, seriam simplesmente indivíduos isolados. Sem nenhum ‘sentimento’ de terem qualquer coisa em comum”. P. 85

“Juntamente com a língua, é central a construção de símbolos nacionais: hinos, bandeiras, brasões. Entre esses símbolos, destacam-se os chamados mitos fundadores. Fundamentalmente, um mito fundador remete a um momento crucial do passado em que algum gesto, algum acontecimento, em geral heróico, épico, monumental, em geral iniciado ou executado por alguma figura ‘providencial’, inaugurou as bases de uma suposta identidade nacional”. P. 85

“Pouco importa se os fatos assim narrados são verdadeiros ou não: o que importa é que a narrativa fundadora funciona para dar à identidade nacional a liga  sentimental e afetiva que lhe garante uma certa estabilidade e fixação, sem as quais ela não teria a mesma e necessária eficácia”.  P. 85


“A identidade é um significado cultural e socialmente atribuído”. P. 89


“A identidade é instável, contraditória, fragmentada, inconsistente, inacabada. A identidade está ligada a estruturas discursivas e narrativas. A identidade está ligada a sistemas de representação. A identidade tem estreitas conexões com relações de poder” p. 97

“... os estudantes deveriam ser estimulados, nessa perspectiva, a explorar as possibilidades de perturbação, transgressão e subversão das identidades existentes. De que modo se pode desestabilizá-las, denunciando seu caráter construído e sua artificialidade?” p. 100.

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