" a língüa é uma força ativa na sociedade, um meio pelo qual indivíduos e grupos controlam outros grupos ou resitem a esse controle, um meio para mudar a sociedade ou para impedir a mudança, para afirmar ou suprimir as identidades"
(Burke,1995:41)
Artigo direcionado ao jornalista governista, amigoface- Deixa-nos falar, deixa-nos emitir o insignificante, num português exdrúxulo, mas com teor da pedra de um menino na vidraça do Estado.
Todas às idéias são reprodutivas, porém, existem estudiosos, intelectuais artificiais. Que segue regras e filosofias na exposição de seu pensamento dessa forma são os ditos intelectuais de gabinetes. Hoje, é comum com a queda das identidades coletivas e das ideologias, viverem defendendo suas vaidades. Ninguém que se comprometer com nada. Mas choram quando a taxa de juros aumenta, bem como a energia elétrica, o preço da gasolina, e pior quando perdem o emprego, ou seu salário não representa mais nada.
“Imbecís” propositais não entendem um “pensamento superior”, não o meu, mas o da crítica cheia de discursos, ficando ao seu cardápios escolhê-los, se conservador ou não, ou mesmo de crítica social, como no meu caso. Por isso, de cunho bem popular mesmo que popular, pois sua formação é fajuta. Temem o põem por louco qualquer discussão que antes era normal para o intelectual orgânico. Vejo um intelectual, como um artesão, um fazedor de idéias, e eu apenas um construtor de idéias periférico.
Já dizia Foucault o intelectual é aquele também levanta a parede tijolo por tijolo. O que pode ser um trabalhador qualquer, mesmo que pouco valorizado. Tudo é questão do discurso e contra discurso. Os saberes são discursos, informações que se materializam no sistema. Tal como o discurso bem articulado do jornalista pau mandando. Pois depende da linguagem oficial e dos estatutos adotados, pois os saberes tradicionais, sendo roubado pelos europeus e remodelado numa síntese científica.
Isso tendeu a crescer, mas enquanto isso, aqui existia as línguas: “nheegatu”, o “tucano” e “baniwa” entre outras. Então, tirando os que obtiveram essa escolarização, podemos dizer que existe no Brasil vários dialetos. Quem tem escolaridade e não cultura em demasia, pode ser um não analfabeto, seja de periferia ou não. Mas tem sua influência suas origens culturais. Se não, vejamos os jovens dependendo de sua classe desenvolve linguajares diferentes, assim, como internautas, os adultos e escribas, sejam jornalistas ou não que por essência vivem disso, mas não só eles que podem elaborar discursos ditos eruditos.
Vários dialetos sempre houve deste a colonização, os escravos tinham os seus, os indígenas tinham, enfim, sempre vivemos em uma torre de Babel. Já ouvi alguém sem tanta escolarização, dizer referindo aos de linguagens humildes que falamos o “indianês”. Lá no morro nasceram as gírias atuais, hoje também localizada como resistência nos presídios, como um linguagem criminosa, ou dialeto da resistência no prisional. Os jovens, por exemplo, tem a sua forma própria de falar.
Não existe cultura inferior ou superior, da mesma forma que não existe um só Saber Oficial. Enfim, temos capacidade e visão de mundo. Porém, existe sim, ao meu ver um Capital Cultural, que sobrevêm de estudos, viagens, acessos a boas formações, o que estaria mais disposto a alguns trabalhadores e estudantes médios ou pobres numa seleção. Sendo que tudo para mão-de-obra para o mercado. Existe uma forçosa repressão de aceitar tudo o que está posto. Tipo as regras de etiquetas quase não existia na Idade Média. Porém, a partir da idade Moderna, sobretudo, após o Renascimento, com o rei Sol Luís XIV na França Moderna, desenvolveu-se toda pomba e alargou o conhecimento, informação, sendo esta também moeda.
Eram outras idéias, claro que quanto à língua portuguesa houve um choque no encontro da América. Com a visão iluminista esclarecida, com a razão e o homem num lugar de importância, surge um mundo novo, sangrento, e manipulador. Se não vejamos: o extermínio de mais de 100.000 indígenas e quase total desestruturação, a maior Guerra 1º e 2º com aproximadamente 50 milhões de pessoas. No século XVIII houve uma síntese do conhecimento. E no século XX eclodiu uma Grande Guerra, síntese de do da “borra” do Capitalismo. Hoje todas essas ideologias estão camufladas aí, fazendo vítimas: Burgueses com ou sem religião, pseudo-intelecutuais, de esquerda ou de direita, a maioria sabem falar e escrever bem, só não aceitam o discurso contrário. Daí os políticos mal intencionados vingam, neste solo pobre da arrogância, ignorância, de que se vende às águas pétreas do Grande Capital, mesmo sendo o último da escala. Por isso, tem quem reproduza pensamentos assim, quem não menciona a ambigüidade da língua como dominação, ou até mesmo não faz nenhuma reclamação, críticas às formas de poder estabelecidas. A esquerda da America Latina ainda existe, e melhor ainda é nova e promete. É jovem, muitos só querem uma motocicleta para pegar a namorado no trabalho, mais é de grande conteúdo e ação. Enfim cuidado para alguém 27 anos, não tomar teu emprego, antes da completar 45 anos. Pessoas que não conseguem pensar, criticar, aceitar uma crítica, conviver com culturas diferentes, condições não deveriam ser formadores de opinião, tampouco está em redes sociais.
Você só consegue escrever, nas linhas do português dito patrão, pois só cita reducionismo, que o sistema quer e que o apoia. Justamente por medo de perder o emprego, não escreve uma vírgula que não seja mandado. Aliás, não escreve nada, pensa pouco. Nem sabe que aqui não existe só está língua como maior expressão na Amazônia. Um dos primeiros médicos a chegar aqui em (1870-1954), foi o primeiro a impor o português regional, de forma racista e higienista, assim, chamou como o dialeto indígena: "embrulhados, imperfeitos, mal elaborados, pobres, deselegantes, confusos, incapazes de exprimir idéias universais". Enquanto o português era considerado como "língua imortal de Camões' (Matta, 193:7). Assim, você vai acabar, eu o respeito, mas você ainda não tem conteúdo discursivo, é limitado, conservador e me vem com esse discurso de "línguas superiores" e "línguas inferiores".
Sabemos contudo que todos temos ritos a seguir e não diferente no aperfeiçoamento do dialogar com o português erudito que devo ter. Porém, estou justamente fazendo o contrário, sobretudo no face. Meu objetivo, que é tese de minha monografia é desmistificar isso. Criticar esse "português superior" versus o “português inferior” . Todo esse discurso letrado mais especificamente o "juridiquês" encontra formas de resistência. Quero demonstrar que existem outros discursos resistentes. Pouco me importa se você acha lixo ou não. Não faço para agradar, faço para destruir hipocrisias, sobretudo dos discursos políticos, que tanto defende.
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