terça-feira, 26 de maio de 2015

Greve nas Universidades: Um ritual já conhecido. “E depois ? Estará tudo bem por aqui?

                O contexto Nacional demonstra uma conjuntura em plena crise. Crise essa que o Brasil de “Pátria Educadora” está longe de fazer jus a tal lema. A verdade que no mundo do trabalho não vai nada bem, constantemente vemos professores serem brutalmente chicoteados como escravos. Sem falar do descaso da educação, da alta inflação, carestia, corrupções dos entes públicos de alto escalão, sobretudo. Ainda exclusão social, alto índice de desemprego nos últimos governos. Tudo isso intensificou com a chegada da pseudo-esquerda (PT) no poder que fazem um governo assemelhado piorado. Ou seja: são governantes que seguem um modelo econômico Neoliberal, de Estado Mínimo, em benefício do grande capital e das elites, tendo por regra principal descomprometer o Estado como o setor público.
                Depois da atual crise, não é difícil chegarmos a conclusão de que todos os sindicados estão também cooptados. No entanto, podem ter nesses tempos difíceis uma importância redobrada. Isso porque a exploração a exploração aos trabalhadores nos mais diversos setores chegou aos limites suportáveis. A luta pela dignidade profissional torna-se necessário quando os salários não correspondem ao ofício que desempenham. Manifestar-se, fazer greve é o direito de toda categoria que se acha lesada pelo patrão, não importando se vão ferir direitos de outras categorias, no caso os estudantes, que já chegaram em greves a perder quase um semestre.
                Vale ressaltar que são greves dissociadas e descompromissadas com um movimento maior de luta pelos trabalhadores em gerais. São as chamadas “ Greves de Avestruz”, onde se coloca a cabeça num buraco e esquece o mundo a sua volta.
                Mas, isso parece normal, onde os próprios sindicatos encontram-se em crise conceptual. No dizer de Celso Furtado, perderam seu objetivo maior, a luta contra o capitalismo. Nessas duas décadas de perdas de identidades coletivas, de Ascenção social sem Ascenção: o individualismo é maior: “farinha pouca meu pirão primeiro”. Sem sua utopia devido o esfacelamento do socialismo real, os sindicatos passaram a burocratizarem, passaram por um processo de desideologização, deixando de lado seus referencias ideológicos de esquerda marxista, num mundo de incertezas ao extremo, optando pelo sindicalismo por “ele mesmo”. No entanto, nem no cristianismo existe a total desvinculação da defesa dos trabalhadores diversos, seja no catolicismo ou protestantismo.
                Na prática passaram a ser sindicatos reformistas. Se para Marx os sindicatos tinham como função básica tornarem-se escola do socialismo implantando uma paxes Anticapitalista nos mais diversos setores, os poucos sindicatos com expressão têm declarado-se coorporativos.
                O eco de mais uma greve nas universidades já soa nos ouvidos da sociedade civil. Sociedade essa que na maioria das vezes nem entende o porquê de tantas greves, confrontos com a polícia, muitas vezes, muitas greves ditas ilegais pela justiça, enfim nesses últimos anos muitos mecanismos de controle sobre os trabalhadores que lutam separados e sem muito sucesso.
Quanto às Universidades a preferência por estarem feudados nos muros de nossas instituições faz, dos professores, negadores de sua própria função história de comunicação e extensão com a sociedades. No mais que ficam mesmo é se “auto-flagelando nos portões”, fechando a passagem, perdendo a liberdade e formando os muros do conservadorismo.
                Pelo contrário, deveriam formar opinião com atitudes, sendo carro chefes da intelectualidade; manter uma opinião contra o sistema atual; elaborar racionalidades alternativas à do grande capital e nãqo mergulhar nas águas pútreas e sufocante deste.
                Deixamos claro que não somos solidário a greve, cujo o objetivo maior não seja a derrocada do sistema capitalista. O sindicalismo de resultado deve ser denunciado, pois limita-se a organizarem greves rituais por melhoria, não envolve todas instituições da sociedade, e dá conta a esta das ações grevistas. É somente salário por salário dentro do modelo econômico. Não podemos reivindicar uma universidade NOVA num país VELHO. A crise das universidades é consequência da crise do sistema. Melhorias imediatas não resolverão, pelo contrário, consolidam a ordem opressora. Pois esta transparece que é possível conviver com o estado burguês selvagem, bastando domesticá-lo oi humaniza-lo em prol  dos trabalhadores federais. O que propomos pode ser radicalização, mas radicalização é o cipó de aroeira que eles deram nos lombo dos últimos professores do Paraná.
                O alvo a ser criticado não são só as privatizações, o descaso pela educação, o arrocho salarial de todos trabalhadores, a falta de condições e de trabalho decente, a terceirização, as perdas de direitos líquidos e certos dos trabalhadores. Esses males têm suas causas no capitalismo que devem receber todo nosso repúdio.
                Por maiores que sejam as conquistas pelo sindicalismo de resultado e por mais radicais que se tornem esse movimento, se não questionar a ordem, todos apolíticos, conservadores e reacionários, pelegos, “vendidos”. O RITUAL DAS CREVES SERÁ NOVAMENTE FEITO AO deus CAPETALISMO, afim de obter novas melhorias que como um ciclo vicioso, acabarão com o tempo. Basta manobras econômicas inflacionárias para os reajustes e aumentos salariais findarem em nada.
O Reitor e os Pró-reitores, o comando grevista, os professores da Universidade Federal do Acre, devem  posicionarem-se a respeito desse sindicalismo e agir de forma clara conforme a posição escolhida. Já que esse ritual grevista além de prejudicar o andamento de todos cursos acabará mandando para o túmulo para alguns cursos e muito prejuízo ao futuro acadêmico de outros tantos  alunos.
                Nós acadêmicos da UFAC de modo geral, sofremos o atraso de nossa formação, sofremos a perda de nosso direito a férias e viagens, sofremos com ensino de pouca qualidade com professores deinterressados, faltas destes, teremos ainda as péssimas aulinhas enrolativas praticadas pela maioria ao enxugarem o conteúdo em trabanlhinhos superabusados. Além de tornarmos testemunha de que nada mudou depois desse movimento...a não ser a nova data para o início do ritual. Todo esse sacrifício seria válido caso o ciclo de interesses mesquinhos e fechados de greves chegassem ao fim.
                Reitor, servidores, e professores federais, acadêmicos e sociedade em geral, devemos partir para sempre para o tudo ou nada sempre! Nossa instituição deve torna-se com essa greve o centro de resistência contra o estatus quo. Deve inserir-nos nos movimentos populares e direcionar a luta em prol de um novo modelo de sociedade ANTICAPITALISTA  a fim de acabar com esse RITUAL DE GREVES CÍCLICAS. Queremos ser a UFAC na “praça”, lutando por conquistas imediatas apenas como um aspecto da luta geral: A destruição do estado burguês e emancipação política e social dos trabalhadores.
Diga não ao CAPETALISMO. Não ao corporativismo reformista.

               (Acadêmico de História - UFAC)

                

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